Acordei sem graça achando que todo sonho viraria realidade,
senti um tropeço no chinelo rosa que tanto caminhei naquele dia, mesmo assim
continuei por entre os corredores. Eu precisava beber leite. Não que fosse
pressuposto para eu me acanhar e dormir de novo, mas depois que bebi, tudo se
tornou tão igual novamente que simplesmente me deixei sorrir à medida que meu
ego foi crescendo em frente ao espelho. Alisei meus cabelos como qualquer outra
manhã, o tempo passava de acordo como qualquer outro segundo passa: rápido, e
eu não poderia ser diferente. Ignorei qualquer resto de persuasão sobre mim e
abri a porta, o mundo lá fora me esperava, onde me obrigavam a abandonar minha
face calada e encarar a hora de ação, a hora em que eu sabia que algum dia iria
fazer sentido tudo aquilo que estava acontecendo, assim eu continuava, partindo
em uma trajetória retilínea, fazendo com que toda noite eu tivesse o mesmo
sentimento: cansaço. Então tomaria um copo de leite e recomeçaria tudo outra
vez.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Pessoas que não tem borrachas.